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Entre  os dias 15 e 25 de novembro, a Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx) e o Centro de Línguas e Cultura do IPL (CLiC IPL) celebraram o centenário de José Saramago, com um conjunto de iniciativas abertas à comunidade académica do Politécnico de Lisboa, que culminaram com uma sessão comemorativa, na qual Sérgio Machado Letria, Jean Paul Buchcieri e Rui Mendes foram os oradores convidados.

Ser a mais antiga Escola de Educação do país, "a primeira de formação de professores", levou a ESELx a comemorar José Saramago, explicou o presidente Paulo Morais-Alexandre na sessão comemorativa. O objetivo foi dar testemunho da relação com Saramago, “mesmo ao longe, mas que mesmo assim nos marca a todos”, referiu.

A sessão comemorativa traduziu-se numa conversa “entre amigos”, referiu o presidente da ESELx, com o objetivo de evocar a memória de um dos mais importantes escritores portugueses. “O importante é que os textos de Saramago sejam lidos, sejam divulgados, levados à cena, transformados em filme, para que a sua memória continue preservada e os seus livros não desapareçam”, ressaltou Paulo Morais-Alexandre.

Sérgio Machado Letriadiretor da Fundação José Saramago, mostrou-se satisfeito e surpreendido com o número de iniciativas em torno do centenário do escritor português. O gestor cultural abordou o lado biográfico do Prémio Nobel, cuja obra reflete daquilo que pensava, enquanto homem, seja no campo político, no campo da intervenção cidadã, seja no que diz respeito à defesa dos direitos humanos. “Quando falamos de Saramago é impossível dissociar o homem do escritor”.

 

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diretor da Fundação que preserva a vida e obra do escritor, referiu que nos livros “vamos encontrando a capacidade de Saramago pressionar o mundo e o colocar em perspetiva, também presente na sua intervenção e nas várias entrevistas que deu ao longo da vida”.

Jean Paul Bucchieridocente da Escola Superior de Teatro e Cinema, foi um dos oradores da sessão, onde falou da experiência de encenar e “fazer dialogar D. Giovanni de Saramago com D. Giovanni de Mozart”, que esteve em cena a 17 e 18 de novembro, no Grande Auditório da Gulbenkian.

Assumindo não ser especialista, o encenador teve a oportunidade de conhecer melhor o trabalho de José Saramago, mas admite a dificuldade da tarefa, “parecia impossível, por numa primeira instância não conseguia criar uma dramaturgia quer musical quer do texto”. Depois de imensas conversas com o maestro Nuno Coelho, o resultado do trabalho mostrou as duas obras a dialogar, “surpreendeu-nos a todos”.

Rui Mendes, ator e antigo professor da Escola Superior de Teatro e Cinema conheceu e interpretou Saramago, e foi nessa qualidade que participou da sessão comemorativa. Lembrou uma faceta pouco conhecida do escritor - a poesia. Aos participantes da sessão comemorativa, entre os quais o vice-presidente do Politécnico de Lisboa, António Belo, leu “Protopoema” de José Saramago.

No final houve espaço para debate, no qual Sérgio Machado Letria referiu que Saramago continua a não ser uma figura totalmente consensual. “É um sinal de que continua muito presente”.

 

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Outras iniciativas

As comemorações do centenário de José Saramago resultado da colaboração entre a ESELx e o CLiC IPL, iniciaram a 15 de novembro, com uma visita de vários estudantes à Fundação José Saramago, organizada pelo Centro de Línguas e Cultura do Politécnico de Lisboa.

No mesmo dia, um grupo de estudantes Erasmus incoming, que frequentam o curso de português Língua Estrangeira do CLiC IPL, através do contacto com excertos da obra de José Saramago, tiveram oportunidade de fazer a respetiva leitura junto de estudantes portugueses, na Escola Superior de Educação de Lisboa.

O dia 16 de novembro foi reservado para a projeção do filme "O Ano da Morte de Ricardo Reis", de João Botelho.

 

Texto de CSS/GCI IPL
Imagens de ESELx